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ASE

Em 1981, um grupo de amigos decide organizar um passeio para comemorar o Centenário da 1.ª Expedição Científica à Serra da Estrela, organizada pela Sociedade de Geografia de Lisboa.

Vinte e uma pessoas percorreram o mesmo trajecto que, 100 anos antes, investigadores de várias áreas da ciência o tinham feito para estudar a Serra da Estrela.

Durante a visita o grupo foi confrontado com duas realidades, a descrita nos relatórios e que os seus olhos estavam a ver. Em 100 anos a serra tinha mudado profundamente e para pior Preocupados com essa constatação e com as consequências para a serra, se o processo não fosse travado, procuraram descortinar uma forma de a defender dos atentados a que foi exposta ao longo desses 100 anos, com a agravante de ter sido nos últimos 30 anos a 40 anos que a degradação atingiu limites inimagináveis sujeitando a uma degradação sem limites.

As preocupações eram muitas e a vontade de dar toda a ajuda, muito disponível, interessante e motivadora. Considerou-se que a melhor maneira de o fazer seria constituir uma associação que tivesse como finalidade revelar a serra em toda a sua plenitude, orientada por uma perspectiva conservacionista e de desenvolvimento sustentável, possibilitando melhores condições de vida aos seus residentes. Considerou-se que os atentados à serra não tinham origem nas gentes serranas, mas em fenómenos directamente associados a actividades de carácter turístico que não tiveram, e continuam a não ter, a preocupação da sustentabilidade dos recursos, a salvaguarda da paisagem e dos valores naturais, o fomento da biodiversidade e a melhoria social dos residentes.

Os estatutos que serviram de referência à ASE foram os da Associação dos Amigos do Parque Nacional da Peneda-Gerês que viria a desaparecer um ano depois. Curiosamente e depois de uma discussão mais séria que emotiva, o nome não se consignou a ser uma Associação Cultural Amigos do Parque Natural da Serra da Estrela, mas sim Associação Cultural Amigos da Serra da Estrela. A diferença é substancial. Por um lado pretende ser fiel à natureza e não a uma instituição, tornando-se claro que uma vez a serra defendida o parque o seria também. O inverso é que já não seria a mesma coisa, havendo então muitas dúvidas, que se mantêm, no trabalho desenvolvido pelo PNSE na prossecução dos objectivos para que foi criado.

Criada em 22 de Fevereiro de 1982, a ASE é a segunda associação de defesa do ambiente, mais antiga do país, depois da LPN (Liga para a Protecção da Natureza) e tem a sua sede, própria, em Manteigas.

Mais de 80 % dos seus membros não são residentes na área da Serra da Estrela, situação que pode ser interpretada de diversos ângulos. É natural que assim seja e que as preocupações pelas causas ambientais partam das pessoas que vivem em regiões onde sua qualidade é pior. Continua a defender a Serra da Estrela, procurando sensibilizar os mais diversificados intervenientes para a importância da sua preservação.

Actualmente a sua maior preocupação é a proliferação de parques eólicos, num completo desrespeito com a paisagem, simbolismo que foi determinante para a criação do maior Parque Natural do país.

Paralelamente, dos conhecimentos que tinha da região e das actividades de montanha criou a primeira equipa de salvamento de montanha do país, com o objectivo de dinamizar as entidades tutelares de socorro em Portugal, para a criação de condições de segurança às pessoas que visitassem a Serra da Estrela. Para o efeito deslocou-se um membro da ASE à EEAMB – Escola de Escalada de Alta Montanha de Benasque, nos Pirenéus espanhóis onde frequentou um curso de auto-resgate que depois foi adaptado às condições da Serra da Estrela, dando origem à equipa SOS – Estrela. Depois de cumprir a missão para que foi criada, retirou-se do terreno. Entretanto tinha dado formação a Corporações de Bombeiros da região da Serra da Estrela, tendo sido convidada pelo Governo Regional dos Açores para ir dar formação, na ilha do Pico a agentes da Protecção Civil de todas as ilhas que compõem aquele arquipélago.

A ASE é uma das referências ambientais da região da Serra da Estrela, prova disso é a confiança demonstrada pela comunicação social, regional e nacional.

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